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A Capela do Senhor Bom Jesus da Pobreza, ou Bom Jesus Agonizante é um templo católico da cidade de Tiradentes, no Brasil, construído no estilo Barroco-Rococó e tombado em nível nacional pelo IPHAN, chama atenção por sua simplicidade. Sua construção datada aproximadamente da segunda metade do século XVIII, traz uma espécie de sineira na parte lateral da fachada. O nome originou-se provavelmente da igreja do mesmo orago em Évora, Portugal.
A documentação sobre esta Capela é muito escassa, o que torna impossível compor a história do monumento. Sabe-se que foi construída, certamente em pagamento a uma promessa, pelo Capitão-mor Gonçalo Joaquim de Barros, que, em 1801, encaminha à Coroa Portuguesa uma petição para provisionar a construção do templo, embora sua construção seja muito mais antiga. Presume-se que a capela tenha sido construída em 1771, conforme a data que até bem poucos anos achava-se pintada no frontão. Outra data, 1940, inscrita na fachada, indica a realização de ampla reforma. O certo é que, conforme se infere do livro de Receita e Despesa da Irmandade do Santíssimo, a construção do pequeno templo terminou em 1786.
A capela tem dimensões modestas e linhas simples, com um corpo principal e uma extensão à direita para sacristia com telhado em uma água, que serve de campanário com dois sinos pequenos. A porta tem arco abatido e provém da demolição de um solar antigamente existente no Largo das Forras. No nível superior se abrem duas janelas com balaustradas e arcos abatidos, com um óculo redondo e cego entre elas, onde antigamente existia uma pintura representando os cravos que pregaram Jesus. Uma cimeira coberta de telhas separa o frontão em estilo Joanino simplificado, com um óculo redondo ao centro, volutas apenas esboçadas nas laterais e uma cruz no topo. Dois pináculos se assentam nas extremidades do frontão, alinhados às pilastras.
Sua decoração é da mesma forma singela. A pintura do retábulo, em motivos florais, como também das paredes da nave, do frontal do altar e cimalhas, foi contratada com o pintor Francisco Cezário Coelho, caracterizando-se pelo nítido gosto popular. Também se colocou um painel representando o Pai Eterno no forro, de autoria desconhecida. Há duas pias de água-benta em pedra-sabão e Dois nichos menores se abrem nas laterais. O coro tem um gradil torneado simples, e completa a decoração um painel representando o Pai Eterno no forro, de autoria desconhecida. Merecem nota ainda as imagens de Nossa Senhora do Patrocínio, Santa Rita, Nossa Senhora da Conceição, e principalmente a importante estátua do Crucificado que está entronizada no retábulo, todas do século XVII. A imagem do Bom Jesus Agonizante possui incrustações semelhantes a rubis* em forma de gotículas de sangue. Há ainda uma interessante imagem de barro de São Geraldo feita por uma artista local no início do século. A Capela possui ainda alguns ex-votos, hoje recolhidos à Matriz.
Na década de 50, o IPHAN empreendeu ampla restauração na capela, que incluiu a substituição do guarda-corpo de cimento das janelas do coro por balaústres de madeira torneada, das telhas marselhesas da cimalha por telhas canal, reconstrução da soleira da porta principal e caiação de branco das paredes internas, encobrindo a decoração floral. Em época mais recente foram feitas outras intervenções no telhado, escada do coro e reforço das taipas das paredes.
Em 2016, O pintor carioca Mário Mendonça entregou, em missa solene em Tiradentes, a entrega de um conjunto de telas de sua autoria, que representam a via sacra e a ressurreição de Jesus Cristo. Os quadros compõem, agora, o acervo da Capela do Bom Jesus da Pobreza, que fica no centro histórico de Tiradentes e foi construído no século XVIII.
*Os “Rubis” nas Chagas de Cristo :
É comum encontrar referências que dizem que as gotas de sangue sobre imagens de Cristo são incrustadas em rubi. Pesquisas da UFMG revelaram que não se trata da pedra preciosa. As “gotas de rubi” apresentaram enxofre (S) e arsênico (AS), que são elementos químicos característicos de um mineral conhecido como ouro-pigmento, devido ter a cor amarelo-ouro. Quando aquecido em tubo de vidro fechado, o ouro-pigmento, ao sublimar (passar diretamente da fase sólida para a gasosa) e, em seguida, resfriar, adquire uma coloração vermelha com brilho resinoso.
Chamados de “ rubis” ou “resina vermelha”, na realidade não são nem rubis nem resina. As características físico-químicas não conferem com nenhum dos dois. Nossos mestres mineiros dominavam muito bem técnicas europeias que estavam a serviço da arte. Assim, a técnica necessária para dotar essas imagens com gotas de sangue que exaltavam o dramatismo próprio do barroco estava acessível aos artistas da colônia, que produziram um grande número de imagens utilizando essa técnica. Essa técnica era ensinada em um manual português que apresentava “segredos para os ofícios, artes e manufacturas, e para muitos objetos sobre a economia doméstica”, de 1794, editado em Lisboa pela Officina Simão Thadeo Ferreira.
A capela de do Bom Jesus é tombada pelo IPHAN
Registrada pelo livro de Belas Artes
Inscrição: 477 Data: 27 de janeiro de 1964.
R. Joaquim Eliziário Dias, 320 - Parque das Abelhas, Tiradentes - MG, 36325-000, Brasil
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