História
Os primeiros povoadores da região foram paulistas, procedentes da cidade de Taubaté. Entre eles, estava Tomé Portes del Rei, que se fixou às margens do rio das Mortes, localidade a que chamavam de Porto Real da Passagem. A ele se atribui a descoberta do ouro, em 1702. Ali, formou-se o primeiro arraial.
Em 1704, novas descobertas de ouro atraíram levas de mineradores, fazendo surgir um novo aglomerado, que deu origem a um arraial novo e à futura São João del Rei. Em 1713, o arraial é elevado a vila e batizado em homenagem ao rei D. João V, de Portugal.
O tombamento do acervo arquitetônico e paisagístico da cidade se deu entre 1938 e 1947. O núcleo histórico preservou a área mais integra da época, porém o conjunto de bens imóveis tombados totaliza mais de 700, com prédios, igrejas capelas, pontes, chafariz e o Complexo Ferroviário.
Pontos turísticos
A cidade é grande, porém em poucas horas, e a pé, é possível percorrer as principais atrações num bate volta, já que a maioria dos pontos turísticos da cidade estão ali próximos ao centro histórico.
Igreja São Francisco de Assis
Mais imponente construção de São João del Rei, a igreja datada de 1774, construída a partir de desenhos do mestre Aleijadinho, chama a atenção pelo belo conjunto da obra. Localizada em meio a um jardim projetado em forma de lira por Burle Marx emoldurado por palmeiras imperiais, tem a portada esculpida em pedra-sabão enquanto seu interior em estilo rococó abriga um gigantesco lustre de cristal Bacarat. A nave difere dos modelos padronizados pelas suas paredes curvas, características do estilo Rococó. O túmulo do ex-presidente Tancredo Neves está no cemitério da igreja.
Programe a visita para a manhã de domingo, quando a missa das 9h15 é acompanhada por música barroca da bicentenária Orquestra e Coral Ribeiro Bastos.
Visitações diárias das 8h às 16h
Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar
A suntuosa igreja foi construída em 1721, conta com seis altares com talhas douradas dedicados a diferentes santidades em sua nave. O seu altar principal é folheado em ouro e o teto, de autoria de Venâncio José do Espírito Santo, é considerado a maior superfície pintada do barroco mineiro.
Às quartas e sextas às 19h há missa com acompanhamento da Orquestra Lira Sanjoanense, a mais antiga das Américas ainda em atividade.
Visitação: terça a domingo das 9h às 11h e das 13h30 às 17h
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Datada de 1732, fase áurea do rococó, chama a atenção pelo interior todo alvo com detalhes de ouro e talha.
No seu interior, funciona o museu dos sinos, que também vale a pena conhecer.
O Cemitério da Ordem é o único coberto do Brasil, destaca-se também belo portão de ferro de 1,5 toneladas, projetado pelo mestre ferreiro Justino José Ferreira.
Visitação diária das 6h às 12h e das 13h às 19h
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
A mais antiga construção religiosa da cidade data de 1708. Essa igreja de interior humilde, era frequentada pelos escravos da época e sofreu várias mudanças com o passar dos anos – em 1936 a fachada foi adaptada para abrigar as duas torres. No altar-mor há uma vistosa imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Visitação: Terça a domingo das 8h às 11h30
Igreja de Nossa Senhora das Mercês
Sua torre única quadrilátera torna-a peculiar entre as demais. O acesso à entrada da igreja é por meio de uma grande escadaria, que garante excelentes fotos e uma vista privilegiada do centro histórico, sendo um dos locais mais altos do centro. À noite, iluminada, fica ainda mais bonita.
Visitação: segunda a sexta das 8h às 12h e das 13h às 17h;
Solar da Baronesa de Itaverava
Um dos mais imponentes sobrados de São João del Rei, o solar onde viveu a baronesa foi transformado em espaço cultural. Datada do início do século XIX, a construção traz na sacada ornamentos em ferro rendilhado.
Artesanato em estanho
As peças de estanho são marca registrada de São João del-Rei. Lojas e fábricas vendem jóias, jogos de café e chá, castiçais, entre outros. E em algumas é possível ver o processo de produção.
Museu de Arte Sacra
O acervo reúne mais de 200 peças dos séculos XVII a XIX entre imagens, pinturas, oratórios, esculturas, cálices e outras pratarias doadas por Irmandades da cidade – destaque para a cabeça de Cristo atribuída ao Aleijadinho.
Praça Embaixador Gastão da Cunha, 8.
www.museudeartesacra.com.br - (32) 3371-7005,
segunda a sexta de 12h às 17h; sábado das 9h às 13h
Solar dos Neves
O belo casarão colonial do século XIX foi residência do ex-presidente Tancredo Neves entre 1957 e 1985, o Solar dos Neves ainda pertence à essa tradicional família sanjoanense. A fachada é, de fato, muito bonita e bem enfeitada com lindas rosas vermelhas.
Solar dos Lustosa
Nesse sobrado funcionava o laboratório e residência do Dr. Paulo de Almeida Lustosa, ortodontista, cientista e pesquisador reconhecido nacionalmente por ter inventado a famosa e revolucionária cera Dr. Lustosa para alívio da dor de dente comercializada até 2009.
Rua das Casas Tortas
Assim ficou conhecida a Rua Santo Antônio (antigo caminho dos bandeirantes). Próxima ao Largo do Rosário, fica bem claro o apelido ao entrar na rua: As centenárias e coloridas casas foram construídas realmente tortas com o telhado mais afastado da rua que a parte inferior dos imóveis. Um belo cenário para fotografias!
Museu Regional
O museu funciona em um imponente sobrado de três andares onde estão reunidas mobílias, imagens sacras, oratórios e telas dos séculos XVIII e XIX. O espaço abriga ainda uma biblioteca e um arquivo com jornais, fotografias e documentos históricos.
Memorial Tancredo Neves
O moderno museu homenageia o presidente eleito com diversos objetos pessoais de Tancredo Neves entre fotos, documentos, cartas, diplomas, jornais e painéis explicativos para contar a história e a trajetória política desse importante personagem do cenário político brasileiro.
Dividido em 9 salas o local conta ainda um pouco da história da campanha das Diretas Já, que, aliás, teve intensa participação de Tancredo. Um dos ambientes reproduz, com mobiliário original, o escritório de Tancredo no Solar dos Neves e o último ambiente exibe a máscara mortuária e capas de jornais sobre a morte do então presidente eleito do Brasil.
Do lado de fora, uma estátua em tamanho natural do político sentado em um banco convida para uma foto.
Rua Padre José Maria Xavier, 7
www.memorialtancredoneves.com.br - (32) 3371-7836
Sexta a domingo das 9h às 17h
Casa de Bárbara Heliodora
Este sobrado colonial do final do século XVIII tem valor histórico por ter pertencido a Alvarenga Peixoto - poeta e participante da Inconfidência Mineira - e sua mulher Bárbara Heliodora, ambos nascidos na cidade. O imóvel hoje abriga o Museu de São João del Rei e a Biblioteca Municipal. O acervo do museu compõe-se de telas, fotos, utensílios domésticos de época e imagens. Entre as peças, destaca-se o Braço da Justiça, vindo de Portugal. Na peça, uma mão pende a balança da arrecadação do dízimo de ouro usado na Casa de Fundição de São João del Rei.
Museu Ferroviário e Maria Fumaça
Construído em 1878, inaugurada por D. Pedro II, reúne em seu acervo relíquias da Estrada de Ferro Oeste de Minas, incluindo sua primeira locomotiva, de 1880 além objetos antigos, como, por exemplo, equipamentos para manutenção dos trilhos, relógios, telefones, entre outros, o interessante museu conta um pouco da história desse meio de transporte no Brasil e no mundo. O lugar é bem arejado, amplo, muito limpo e dá pra perceber como os objetos são muito bem cuidados e com todas as descrições para que o visitante entenda a história de cada objeto. Além disso, tem vários murais que contam a história dos trens.
A partir da estação, parte a viagem de 12 km que leva à charmosa Tiradentes feita a bordo de uma locomotiva a vapor americana. O passeio vai acompanhando a Serra de São José com aquele clima nostálgico de interior. Partindo de São João del Rei, sente-se no lado esquerdo para apreciar as paisagens mais bonitas. A viagem dura cerca de 45 minutos. Normalmente o passeio só está disponível nos finais de semana e feriados. Você pode comprar o ingresso lá nas estações mas também pela internet, no site Guichê Virtual. Os assentos são livres, sem marcação prévia. Por isso a dica é chegar cedo pra pegar os melhores lugares.Em Tiradentes, não deixe de acompanhar o giro manual da locomotiva.
Museu: Quarta a domingo das 9h às 11h e de 13h às 17h.
Maria fumaça: Sexta a domingo 10h e 15h (sujeito a modificações)
Ponte da Cadeia
No centro da cidade, sobre o Córrego do Lenheiro, forma, com o Casarão da Prefeitura e da Antiga Câmara, um dos mais belos cartões postais de São João del Rei.
Teatro Municipal
Inaugurado em 1893. E o prédio é simplesmente lindo, em tons de amarelo bem claro e branco. Ele ainda hoje é utilizado para peças teatrais, apresentações de dança, entre outras.
Museu da FEB
O Museu da Força Expedicionária Brasileira guarda armas, indumentárias, documentos, mapas e fotos dos combatentes brasileiros que participaram da Segunda Guerra Mundial.
Chafariz da Legalidade
Construído em 1834, comemora a transferência da capital da província mineira para a Vila de São João del Rei entre 5 de abril a 22 de maio de 1833, em razão da Revolta da Fumaça, ocorrida na então capital Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Cidade dos Sinos
É frequente o badalar dos sinos das igrejas, emitindo uma música característica para cada fato do cotidiano cidade, como uma missa, procissão, um funeral ou outra solenidade. São mais de 40 toques conhecidos dentre 20 categorias diferentes. Em alguns períodos, acontecem as batalhas dos sinos, entre os sineiros de cada igreja da cidade. Por este motivo, a cidade ganhou o título informal de "Terra onde os sinos falam". A linguagem dos sinos se tornou patrimônio nacional, após reconhecimento do Iphan.
O toque dos sinos de São João del Rei é referência porque compõe um conjunto complexo não só de badaladas, pancadas, repiques e dobres, todos nomeados e com uma estrutura formal precisa, mas, também, porque apresentam um alto grau de sofisticação em sua forma de execução. Geralmente, os repiques são executados com um conjunto mínimo de três sinos que “conversam” entre si: o sino menor (mais agudo) faz a marcação, o médio (meião) “pergunta”, e o grande (grave) “responde”.
Lendas São-Joanenses
O espetáculo noturno de uma hora e meia traz encenações teatrais de lendas locais percorrendo as ruas do Centro Histórico. Ocorre no terceiro sábado de cada mês ou nos feriados.
www.facebook.com/lendassj
Cachoeiras
Com uma diversidade ecológica imponente marcada pela Mata Atlântica e pelo Cerrado, São João del-Rei oferece aos seus visitantes contato direto com uma natureza cheia de belas paisagens, montanhas, cachoeiras e fauna diversa.
Conheça mais sobre as cachoeiras de São João del-Rei em:
https://www.villaalferes.com.br/cachoeiras-de-sao-joao-del-rei
Onde comer em São João del Rei
Um casarão colonial com vista privilegiada para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo abriga o restaurante Taberna d’Omar, de cozinha regional e cervejas artesanais. Ali pode-se saborear pães, tortas, chás, pães de queijo, bruschettas, cheesecake, ovos mexidos. É eleito por muitos como o melhor restaurante da cidade.
Para um restaurante mais formal, uma excelente opção é o Villeiros, com um cardápio bem variado, oferece churrascos, frutos do mar, risoto, cordeiro, sushi, sem deixar de contar com a deliciosa comida mineira. O casarão é decorado com motivos regionais bem descontraídos.
O restaurante Rex é uma boa pedida para quem gosta de massas e molhos, e o Colher de Pau pode ser uma boa opção para quem busca economia.
Fora da área central, na saída para BH, o restaurante Trilhos de Minas é considerado o com maior variedade da cidade, com churrasco, massas, comida japonesa, mineira e deliciosas sobremesas.
